Qual a origem da Árvore de Natal?

Originalmente, existia a adoração pagã da árvore. Há 1200 anos, os germânicos pagãos reverenciavam o carvalho. Os missionários cristãos adoptaram a adoração da árvore, mas transferiram-na para o abeto que foi escolhido por ter forma triangular. Os três pontos do triângulo passaram a representar a Santíssima Trindade. O costume germânico da árvore de Natal difundiu-se sobretudo a partir do século XIX.
Quem é o Pai Natal?

Para suavizar as forças da natureza, os vikings vestiam alguém que representasse o Inverno e recebiam-no tão bem quanto possível. Os ingleses retomaram o costume. Mais tarde, confundiu-se o Pai Natal original com o São Nicolau, um santo bispo da cidade turca de Myra que era conhecido pelas suas generosas ofertas de presentes e pela protecção às crianças. Dessa mistura, nasceu o Pai Natal.
Porque desce o Pai Natal pela chaminé?

Desmond Morris atribui essa lenda ao poema “Uma Visita de São Nicolau”, escrito em 1822 por Clement Moore, que descreve São Nicolau a chegar num trenó puxado por renas a aterrar no telhado da sua casa e a descer pela chaminé. Parece que Moore fora buscar a chegada pela chaminé a uma fonte finlandesa.
Porque enfeitamos a Árvore de Natal?

Na Idade Média, as pessoas acreditavam nos espíritos das árvores e que, no Outono, quando as folhas caíam, os espíritos as tinham abandonado. Para incentivar os espíritos a regressarem às árvores, no solstício do Inverno, penduravam-lhes decorações. Quando o costume de trazer abetos para dentro de casa teve início na Alemanha, acrescentou-se-lhes enfeites semelhantes. Enfeitavam-nas com ornamentos de papel em honra de Nossa Senhora e velas para simbolizar Cristo como a “Luz do Mundo”. Hoje, as velas foram substituídas por pequenas lâmpadas coloridas.
Quando se começou a celebrar a Missa do Galo?
Desde o século V, quando o Papa celebrou a missa, em Roma, na Igreja de Santa Maria Maior. É o mais antigo costume cristão das festividades do Natal e dá-lhe o nome, pois “Christmas” (Natal em inglês) vem do inglês antigo “Cristes Maesse”.
Porque é que o Pai Natal se veste assim?

Por muito inacreditável que seja, o moderno Pai Natal deve a sua vestimenta não a qualquer lenda antiga mas à Coca-Cola. Há muito tempo atrás, o Pai Natal vestia-se com uma grande variedade de cores e era representado a fumar um cachimbo de barro ou a beber vinho. Nos anos 30, a Coca-Cola decidiu usar a figura do Pai Natal na sua publicidade de Inverno e contratou o artista Haddon Sundblom para lhe compor a imagem. Sundblom escolheu o vermelho e branco da Coca-Cola. Teve tanto sucesso que essa imagem foi a que passou a ser uniformemente divulgada.
Porque se come peru no Natal?

Nos tempos medievais, a ave especial servida às mesas nobres pelo Natal era um ganso, um pavão ou um cisne. No século XVI, foi-lhes acrescentada uma nova importação exótica do outro lado do Atlântico: o peru. Este acabou por eclipsar as outras aves que eram servidas pelo Natal. Conta-se que o peru foi descoberto pelos espanhóis entre a dieta dos índios aztecas e trazido para a Europa.
Porque é que o Pai Natal tem renas?

Mais uma vez, o autor Clement Moore e o seu poema “Uma Visita de São Nicolau”, de 1822, são os responsáveis. Até aí, o Pai Natal ou andava a pé de casa em casa ou deslocava-se num cavalo branco. Moore foi buscar as renas a uma lenda finlandesa acerca da figura mítica do “Velho Inverno”, em que este conduzia as renas pelas montanhas abaixo, trazendo a neve com ele.
Porque penduramos azevinho nas nossas casas?

O azevinho tem sido, ao longo dos séculos, um arbusto decorativo apreciado pela simples razão de que se mantém verde e dá bagas vermelhas, mesmo no pino do Inverno. Esta característica fez dele um símbolo pagão da imortalidade. Mais tarde, os cristãos converteram-no, transformando as folhas de pontas aguçadas na coroa de espinhos que Cristo usou quando foi crucificado, e as bagas vermelhas nas gotas de sangue na cabeça de Cristo.
Qual a origem do Presépio?

O presépio é um dos poucos elementos verdadeiramente cristãos do Natal moderno. Quando São Francisco visitou Belém em 1220, ficou impressionado com a forma como o Natal era celebrado na Terra Santa e decidiu recriá-la na sua aldeia. Em 1224, com autorização papal, recriou a cena da Natividade. Pouco depois, a cena da Natividade era exposta em muitos conventos, com figuras em madeira pintada. Com o passar dos séculos, tornou-se cada vez mais forte.
in Público Magazine, nº32, 19 de Dezembro de 1992